(Chema Madoz)
A lira que canta
A eterna sina
Do destino de todos os dias
A lira que encanta
No encerramento
Das primaveras já florescidas
A lira que revela
As mudanças contínuas
Das almas desfalecidas
A lira que anuncia
O desfazer
Do tempo que deixou de ser
A lira que explicita
A vida que já foi vivida
E nunca mais vivida poderá ser
A lira dolorosa
Pela constante partida
Dos desertores da existência
A lira cálida
Enamorada
Das paixões recém-nascidas
A lira viva
Que envaidece as rugas
Do rosto jovem
A lira saudosa
Repleta de nostalgia
Inscrita em todas as lembranças
Completar-me-ia está vã lira
Se não fosse por toda ausência
Desses vinte anos.
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