(Van Gogh )
Outrora eu
vivia
Entretida na
rígida rotina
Em constante
monotonia
Presa entre
as certezas ruídas.
Na maquiagem
enraizada.
Outrora eu
padecia
Pelas mil
roupas que vestia
E depois
despia.
Não me reconhecendo
enquanto nua.
Sendo como
nota repetida.
Habitada pela
masoquista nostalgia
Das inúmeras peles
que em mim cabia.
Antes não
percebia
O tanto que
meu corpo podia.
Agora me
sinto vasta.
Não mais
vazia.
Fluída em várias
Entre muitas
vias.
Estrangeira
em mim mesma
Infinita em
minhas fronteiras.
Dispersa,
disposta
Transposta em
poesia.
Um comentário:
as vezes parar de respirar faz aparecer uma superficie diferente, estranha a vida.
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