quinta-feira, 16 de junho de 2011

As duas camas ou Meu morango no abismo


Dedicado à Ágatha Zeller

(Ágatha Zeller)

As duas camas

Sempre estiveram lá

No escuro e no claro

No inverno e na primavera

Lado a lado

Sereníssima!


Ainda me lembro

De quando você era tão pequena

E medrosa

Escondia-se na minha cama

Cuidava de ti


Ainda me lembro

De quando eu já era tão grande

E melancólica

Chorava no seu peito

Cuidavas de mim


Sereníssima!

Sereníssima!

Sereníssima minha!


A fala minha a escuta sua

O desabafo seu o calar meu

Olhos seus

Caracóis meus

Sardas suas!


Ainda sinto os grãos de areia

Saindo de seus sapatos

Procuro avidamente as sardas

Eternamente as sardas!


Nossa vida divida

Tua dor compartida

Minhas angustia repartida

Irmãs!


Irmãs!

...

Irmãs!


Amor saudoso curado com um sorriso

O abraço mais sincero e o grito mais estúpido

Irmãs!

Eternamente

Meu morango no abismo...

4 comentários:

Ágatha disse...

E eu que vivo em potes de tintas e rabiscos não consigo arranjar palavras para expressar o que eu sinto por você. Felizmente os dicionários me ajudam a definir meus sentimentos com uma simples designação; irmã.

Ágatha disse...

E eu que vivo em potes de tintas e rabiscos não consigo arranjar palavras para expressar o que eu sinto por você. Felizmente os dicionários me ajudam a definir meus sentimentos com uma simples designação; irmã.

Luciana Gouvêa disse...

achei maravilhoso e lembrei muito da minha irmã, esse companheirismo, as camas lado a lado...parabens Aline!

Larissa Vicentini disse...

Ah! Essa me pegou.
Sou filha única, mas me encheu os olhos.

Amor fraterno. Pra mim é o mais sincero. Nem sempre é sentido entre irmãos, mas é um exemplo!