"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada." Clarice Lispector Clarice Lispector
terça-feira, 31 de maio de 2011
RESPOSTA À ETERNA LIRA ( Em homenagem a Aline Zeller)
domingo, 29 de maio de 2011
A lira dos vinte anos
(Chema Madoz)
A lira que canta
A eterna sina
Do destino de todos os dias
A lira que encanta
No encerramento
Das primaveras já florescidas
A lira que revela
As mudanças contínuas
Das almas desfalecidas
A lira que anuncia
O desfazer
Do tempo que deixou de ser
A lira que explicita
A vida que já foi vivida
E nunca mais vivida poderá ser
A lira dolorosa
Pela constante partida
Dos desertores da existência
A lira cálida
Enamorada
Das paixões recém-nascidas
A lira viva
Que envaidece as rugas
Do rosto jovem
A lira saudosa
Repleta de nostalgia
Inscrita em todas as lembranças
Completar-me-ia está vã lira
Se não fosse por toda ausência
Desses vinte anos.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Ensaio sobre o Amor II
Posso tentar ensaiar
Mas o amor é inflexível para os ensaios
É tão cheio de suas particularidades
Tem seus mecanismos próprios e obtusos
Não cabe nos versos nem mesmo nas sentenças
Parecendo que falta vocabulário capaz de expressar a linguagem dos afetos.
É vencer através do silêncio.É ser feliz até com um pouco quando,muito não é bastante
Amar é sonhar o sonho de quem sonha com você.É sentir saudades.É chegar perto da distância.”
Tantas são as formas
Desse tal Amor
Conjugo por muitos o verbo amar
No rosto de minha mãe
Na fala de meu pai
No abraço de minha irmã
No sorriso de meu irmão
Nas mãos amigas
Nos olhos cúmplices
Em um único beijo
Conjugo por muitos o verbo amar
De tanto que existo pra adorar
Empatia a disseminar
Amo no meu ciúme calado
Adoro na minha saudade abafada
No sono compartilhado
Na mania aturdida de afetuar
Afeição pelo outro
Pelo que conheço
e pelo que espero compreender
Idolatro os bem-feitos
E amenizo os defeitos;
Ternamente...
Carinhosamente...
Conjugo por muitos o verbo amar.