domingo, 18 de setembro de 2011

(Im)Paciência


(Chema Madoz)

No meio de tantas horas, tanta pressa...
Ao redor de toda essa gente em alta freqüência
Resta-me tanta exigência
Sobra tanta (Im)paciência...


A agenda, o compromisso, o horário
O sorriso por conveniência
A mansidão em aparência
À remunerada paciência.

Ausência em multidão
O improviso das expressões.
Pressa sem prece
Preces dispersas...

Ó ira d’alma,
Raiva em opulência
Inquietação em evidência.

Todos querem a subsistência da alma
Se bastar em solidão
No desencontrar das palmas.
Constato apenas impaciência.

(Im)Paciência!

Convoco clemência
Uma pausa, um gesto, um afago
Uma porção a mais de prudência.

Ah doce olhar sobre as singelezas
Imensa pureza!
Aí minha preferência!

Qualquer toque, palpite que evoque
Que vibre e transforme em
Uma leve existência.

Alguém que note e retoque
Essa antiquada tendência.
E me salve desta imensa violência.
Submergindo uma nova vivência!

Tenho (Im)Paciência...


Insisto com persistência
Num pouco mais de paciência.

Quero a calma em fluência.
Talvez sapiência.

Quiçá isso tudo seja mera inocência.
Quiçá um delírio
Quiçá uma reminiscência

Restam-me as reticências
...



2 comentários:

Melina disse...

Concorrendo no limite, segue a tolerância! Vaga e lenta, sem uma cadência forte no passo. Parece vento que sopra forte no peito, provoca disritmia, carrega afasia...
Partindo sem despedida, leva seu medo e acomoda o desejo
sigo dizendo, amiga, compartilho e fico com as mesmas reticências ...

Vargas disse...

Belo texto Aline.