O Sol estava se pondo, a sina de mais um dia sem gosto, os sapatos apertados a comprimia por inteira, mente e corpo formavam um único cansaço. Acabara de chegar em sua casa,estava visivelmente exausta,porém não se contentaria apenas em deitar-se e dormir,precisava de algo,algum sentido para aquele fim de dia mecânico.Olhou ao seu redor,percebeu que há tempos não olhava para seu apartamento e o enxergava de fato.Tudo lhe alvitrava alheio,parecia não lembra-se de ter escolhi aqueles moveis nem suas especificas disposições,as cores não eram de seu agrado e não conseguia sentir seu cheiro nas coisas.Sentiu que precisava mudar,destruir tudo que ali estava para que tudo voltasse a ter um existência significativa.
Tirando os sapatos que a incomodavam, olhou para as cortinas resolveu começar por lá, rasga-las e deixar o fim do crepúsculo adentrar a sala de estar.As paredes brancas passaram a possuir um leve tom de rosa meio alaranjado.Sentiu essa nuance penetrando-a através de seus pés descalços.
Caminhou até seu quarto, mirou-se no espelho,ele ampliava a totalidade do cômodo não desejava mais tal distorção,queria conhecer a realidade de seu espaço.Viu sua cama ainda desarrumada devido a pressa da manhã,os lençóis estavam gelados,cansara deles também resolveu tira-los e joga-los na roupa suja.
Olhou para seu porta-jóias, ali conforme diz o nome estavam arquivadas suas preciosidades, não peças caras e luxuosas,mas recordações.Fitou-o por um instante e veio a indagação”Devo abrir?”,não se lembrava exatamente o que ali se escondia.
Fechou os olhos longamente, apertando-os, contou até três em voz baixa e abriu o pequeno baú,lá estavam suas memórias esquecidas.
Cartas cuidadosamente dobradas, pétalas de rosas secas, um anel que ganhara de sua vó,ingressos para um peça de teatro que não estava em cartaz e um papel de sonho de valsa.Sua retinas processavam o reconhecimento dos objetos,todos ali remetiam-lhe muita saudades.Fez-se mar,em forma de lagrimas,eram escassas gotas salgadas entretanto repletas de sentido.A revolução estava cancelada por hora.
A única coisa que lhe restava era tomar um banho para despedir-se da poeira que cobria as palmas de suas mãos...
Tirando os sapatos que a incomodavam, olhou para as cortinas resolveu começar por lá, rasga-las e deixar o fim do crepúsculo adentrar a sala de estar.As paredes brancas passaram a possuir um leve tom de rosa meio alaranjado.Sentiu essa nuance penetrando-a através de seus pés descalços.
Caminhou até seu quarto, mirou-se no espelho,ele ampliava a totalidade do cômodo não desejava mais tal distorção,queria conhecer a realidade de seu espaço.Viu sua cama ainda desarrumada devido a pressa da manhã,os lençóis estavam gelados,cansara deles também resolveu tira-los e joga-los na roupa suja.
Olhou para seu porta-jóias, ali conforme diz o nome estavam arquivadas suas preciosidades, não peças caras e luxuosas,mas recordações.Fitou-o por um instante e veio a indagação”Devo abrir?”,não se lembrava exatamente o que ali se escondia.
Fechou os olhos longamente, apertando-os, contou até três em voz baixa e abriu o pequeno baú,lá estavam suas memórias esquecidas.
Cartas cuidadosamente dobradas, pétalas de rosas secas, um anel que ganhara de sua vó,ingressos para um peça de teatro que não estava em cartaz e um papel de sonho de valsa.Sua retinas processavam o reconhecimento dos objetos,todos ali remetiam-lhe muita saudades.Fez-se mar,em forma de lagrimas,eram escassas gotas salgadas entretanto repletas de sentido.A revolução estava cancelada por hora.
A única coisa que lhe restava era tomar um banho para despedir-se da poeira que cobria as palmas de suas mãos...
4 comentários:
Lindo post, uma bela metáfora sobre a necessidade de repensarmos nossos conceitos e reencontrarmos nós mesmos. Mexendo no passado, planejando o futuro e preocupando-se com o presente.
Putz, Aline!
Só não chorei porque costumo perceber o nariz ardendo antes da lágrima escorrer e passo a me controlar.
Perfeito. Desde cansaço mental e físico sendo um só; o aperto do sapato; não reconhecer o sentido das próprias coisas; revolucionar com pequenas mudanças de grandes sentidos... Tirar a poeira do corpo.
Bom, eu compartilho desse sentimento. Foi justamente Assis que me desenterrou de uma vez por todas...
Mas a profundidade e significância deste texto é quase inacreditável *-*...
Acho que os sapatos apertam não só porque andamos demais, mas porque crescemos demais.
que lindio
Me orgulho tanto de você como minha irmã...
Sem dúvidas arrumar gavetas é buscar o eu perdido nas coisas velhas, nas nostalgias...
E a imagem de Salvador Dalí ficou perfeita com o texto!
Parabéns Li!
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