sábado, 23 de outubro de 2010

O Cavaleiro da Triste Figura



Dias começam e terminam,as horas passam e se repetem,as cenas confundem-se dentro da rotina sem grandes inovações mantendo apenas o mesmo inerte cotidiano.Nenhum acontecimento é interessante a ponto de ocasionar uma insônia, um deslumbre ou até mesmo um choque.
Perdida dentro de repetições enfastiantes, invejo a loucura. Penso em Dom Quixote, que a patir de sua insanidade encontra objetivos, coloca vibrações numa vida já morta.Construindo um sonho no plano real,trazendo máscaras a tudo que não é de fato emocionante,transformando moinhos de vento em gigantes,inventando um amor...
Converte toda sua existência massificada a uma singularidade, mesmo que esquizofrênica. Alucinar me parece mais atraente, fugindo de um pragmatismo onde as dúvidas e incerteza não são permitidas, apenas o eterno rodeio sobre a verdade que garantem a norma de “sanidade”. Talvez seja mesmo a loucura provocada pelo excesso de lucidez...

Estou farta de ordenar minhas idéias, quero elas desregradas e psicodélicas.
Quero a paixão dos loucos, a emoção dos suicidas e a intensidade dos que sonham.
Um estar mais quixotesco.

7 comentários:

Unknown disse...

Creio que já alucinamos normalmente...
Mas é uma alucinação que é bem vista aos olhos da sociedade...
Concluo que existem 2 tipos de alucinação...
A aceita, e a não aceita...
Moinhos ser gigantes, é uma alucinação não aceita...
Ajoelhar perante uma imagem de um cara crucificado e pedir pra ele dar forças, é uma alucinação aceita...

Bianca disse...

não podia ser melhor, se encaixar tão bem no contexto em que vivemos. Você consegue escrever precisamente o que sente, na verdade, o que sentimos. A cada dia, identifico mais com você, te admiro mais e vejo em você a densidade, a intesidade necessária pra VIVER e não só passar pela vida. I love you, Cherry! ;D

Lívia Daniela disse...

O cotidiano é inevitável mas limitar-se a ele é uma escolha. Cabe a nós determinarmos na nossa vida um objetivo e nos alegrarmos toda a vez que chegamos mais perto dele. Seja esse objetivo passar no vestibular, upar de level no MMO, escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho. Cada um é feliz de um jeito, cabe a nós encontrar o que nos faz bem, e valorizar isso todos os dias.
Esteja nossa felicidade no palpável ou no imaginário, ás vezes até em ambos.

Parafraseando a música de uma banda que eu gosto muito (Sister Hazel - Change Your Mind) "Você já agradeceu ao sol simplesmente por ele brilhar?"

Thaís Cavalcanti disse...

Perfeito!!

Larissa Vicentini disse...

Mas, sabe? Acho que alucinados são os outros...

Adoro Dom Quixote. E não é à toa que Sancho Pança era sábio!
Talvez, ao meu modo, eu preferisse ser o Sancho. Porém, quem dera as pessoas aprendessem com Dom Quixote. A loucura nos alerta sobre e contra a insanidade.

Bjaum.

Larissa Vicentini disse...

HUASHUAHSUUSUASHUA

Vai uma observação: adorei o comentário do André... Também se encaixa no que eu quiz dizer com insanidade. XD

Quem dita que loucura não é sã? G.G'

Ágatha disse...

Estar louco é se achar.