domingo, 30 de janeiro de 2011

Há um ideal?


Em uma conversa ele me falou: ”Marx é ópio dos intelectuais.”.
Não me tomo como intelectual, no entanto me sentia viciada nesse emaranhado de discursos tão entorpecentes. Percebia todos os meus gestos como relevantes ao panorama global, acreditava que todos meus pensamentos eram um grito louvável de subversão capazes de movimentar o mundo. Concebia a idéia do “Bom selvagem”de Rousseau , destruído e moldado por uma sociedade diligente e lucrativo.Me rebelava com tudo que pudesse me parecer tradicional e padronizado.Sobretudo alguém com esperanças nos seres humanos.
Então pergunto, e agora?
Quais são as causas, quando sinto que não sou nada além de uma peça desencaixada no quebra-cabeça social. Será mesmo que posso fazer parte da diferença?
Olho pessoas nas ruas andando alheias umas às outras, como se não compartilhassem dos mesmos dramas, como se não doessem e sangrassem do mesmo jeito.
E o que faço eu agora?Ainda sangro igual?Devo dar o peixe ou ensinar a pescar àqueles que me pedem uma moeda?
Temo tornar-me aquilo que sempre repudiei; individual, egoísta e descrente.
Participante de um contexto partícula, membro privilegiado de um esquema de classes. Cego e indiferente ao meu redor. Trocando a empatia por apatia.
Apego-me a frase do filme Edukators que afirma “Toda coração é uma célula revolucionaria”, onde adoto a Revolução como um organismo em construção.
Tentando resistir e ser o que gostaria de ser.
Há um ideal?

3 comentários:

Larissa Vicentini disse...

Eu acredito nos sonhos e, principalmente, na busca deles.

Somos peças de um quebra cabeça. Mas quem o controla também sangra e dói como nós... Ou seja, o mundo é de quem o quer e não desiste.

A meu ver.

Thaís Cavalcanti disse...

Acredito em ideais. Sei que eles constroem e transformam a partir do momento em que se recusa a lógica da apatia e da indiferença. Sentir-se incomodada já é um bom começo.

Unknown disse...

Sonhos...
Ideais...
Realizações...

Impulsionando atitudes...
Impulsionando a vida...
O que seria de nós caso não tivessemos ideologias?

Com certeza a vida seria mais cruel do que ja é...